segunda-feira, abril 26, 2010

Microsoft vai lançar manual de acessibilidade para professores

No dia 18-04-2010 li esta notícia no Público.

"A Microsoft vai lançar um guia para professores e educadores aprenderem a adaptar os computadores para crianças com necessidades especiais de acessibilidade. O manual foi apresentado ontem, no Encontro Nacional das Associações de Pais, em Évora.

Muitas destas funcionalidades já estão presentes no sistema operativo Windows, lembrou ao PÚBLICO a responsável pela área da educação na empresa, Adelaide Franco, mas muitas pessoas não as conhecem. O manual, que já foi lançado nos EUA há algumas semanas, foi adaptado e estará disponível por download, mas a Microsoft vai também discutir com o Ministério da Educação outras possibilidades de distribuição.

A Microsoft tem ainda quase concluído um jogo didáctico desenvolvido em parceria com a associação Diferenças, especializada em crianças com necessidades educativas especiais. "A tecnologia dos jogos é um dos meios mais eficazes [na aprendizagem]", explicou Miguel Sales Dias, também da Microsoft.

Em parceria com outras empresas e com as Universidades do Porto e de Aveiro, a Microsoft está ainda a desenvolver tecnologia para facilitar o uso de computadores por pessoas com problemas de mobilidade, por idosos e por crianças. A iniciativa, chamada Living Usability Lab, integra soluções de reconhecimento de fala - "estamos a fazer as primeiras experiências de português falado para interagir com o Twitter", refere o responsável - e de gestos. Outro dos objectivos é a monitorização da localização e dos sinais vitais das pessoas dentro de casa e até a criação de um assistente pessoal digital. Os primeiros protótipos devem estar prontos "em Junho ou Julho"."

domingo, abril 18, 2010

Intelligent Speed Adaptation - Part 1 - definition

De momento estou a fazer uma revisão bibliográfica acerca dos sistemas de ISA - Intelligent Speed Adaptation, i.e., sistemas que usam informação acerca da posição do veículo nas estradas em relação ao limite de velocidade de determinada zona para avisar o condutor ou limitar o ultrapassar dos limites de velocidade.

Pretendo enquadrar o tema do excesso de velocidade e dar a conhecer a percepção dos condutores em relação a este tema. No entanto, o foco central do trabalho é esclarecer o leitor sobre o sistema, consequências da sua utilização, aceitação pelos condutores entre outros aspectos.

Dado que o trabalho vai ser apresentado em inglês vou aproveitar para transcrever alguns excertos nessa língua. Aqui fica o primeiro.

Usually ISA is divided in categories depending on how intervening or permissive the system is: (SafetyNet, 2009; Dft, 2008; Goodwin et al. 2009):

- Open/Advisory/Supportive – informs/warns the driver that the speed limit is being exceeded and the driver decides whether he/she wants to slow down;

- Half-open/Voluntary – restrains speed to the speed limit for the road while allowing the driver to override the system (for example, the active accelerator pedal that increases the pressure on the accelerator pedal when speed limit is exceeded) and;

- Closed/Mandatory/Non-overridable - limits the speed automatically if the speed limit is exceeded without the possibility to override.

Tapio et al. (2002) also refer a Recording category when driver’s speed behaviour is recorded.

sexta-feira, março 26, 2010

Reusa-te!











O grupo [Re]usa tem uma nova exposição no Fórum Romeu Correia (biblioteca), na praça central de Almada.

O colectivo surgiu acerca de 2 anos no Centro Juvenil Santo Amaro, com uma perspectiva inicial de reaproveitar materiais vulgares, que aparentemente deixaram de ter a sua função primária, e transforma-las em peças de arte. Agora a equipa tem mais em conta as questões do desenvolvimento sustentável.

A exposição centra-se nas questões da identidade, da forma e da função e é aí que este evento começa a ter interesse para a área de ergonomia. A exposição [Re]usa-te centra-se no conceito de que é a função que determina a forma e não o contrário - a primeira premissa para o design ergonómico.

Além de uma parte expositiva, os visitantes são convidados a exporem as suas ideias em cartazes espalhados pela sala.

Aproveitem para visitar a exposição até 31 de Março de 2010.

Para mais informações consultem o blog: http://reusa-arte.blogspot.com/

sábado, fevereiro 27, 2010

UX - LX - User experience Lisboa (12-14 Maio)

De 12 a 14 de Maio vão estar reunidos em Lisboa especialistas em Usabilidade para doze conferências e 16 workshops.





O programa está disponível em: http://www.ux-lx.com/programme.html
Os workshops estão em: http://www.ux-lx.com/workshops.html

Existem workshops a 3 níveis: beginners (para quem acabou de sair da faculdade ou vem de outras áreas), intermediate (para profissionais com alguma experiência em usabilidade) e advanced (para os gestores).

1. Beginners:
  • Information architecture
  • How to design usable and persuasive websites
  • Sketching: the secret sauce of design
2. Intermediate
  • Designing for content-rich sites
  • Designing with patterns
  • Designing mobile experience
  • copywriting for the web
  • Making smart design decisions
  • Label placement in forms
  • The experience of visualization
  • An introduction to remote usability reserach
3. Advanced
  • Product startegy and planning tools
  • Influencing strategy by design
  • Brainstorming and design principles
  • Asynchronous remote usability testing in detail
A data limite de inscrições para ter desconto é amanhã (28 de Fevereiro).
Para assistir só às conferências paga-se 250 euros e para ter acesso a mais dois workshops paga-se (595 euros).
Para quem estiver atento, há um desconto de 20% se se fizerem sócios da APPU - Associação Portuguesa de Profissionais de Usabilidade.

domingo, fevereiro 21, 2010

Night vision enhancement systems - NVES

No mês passado tive oportunidade de assistir às aulas de Josef Krems, um investigador ligado à rede Humanist, que falou acerca de funções mentais e actividade cognitiva, principalmente no âmbito da condução automóvel. Numa das aulas apresentou-nos uma investigação para a qual contribuiu.

O estudo consistia na avaliação qualitativa e quantitativa de seis sistemas de melhoramento da visão nocturna. Pretendia-se saber quais as propriedades dos sistemas (NVESs) que traziam benefícios para os condutores, sem aumentar a sua carga de trabalho.

Que características dos sistemas podem influenciar a visão nocturna?
- Tecnologia de sensores:
  • infra-vermelho próximo (que necessita de uma lâmpada) e
  • infra-vermelho longínquo (que detecta a radiação térmica);

- Processamento de imagem:
  • Exclusivamente vídeo,
  • Vídeo e reconhecimento de padrões,
  • Avisos baseados no reconhecimento de padrões.
- Localização do display:
  • Head up displays
  • Head down displays
Como foi conduzido o estudo?

Em primeiro lugar, foi feita uma avaliação heurística com especialistas em ergonomia, percepção e psicologia do trânsito.

Depois, foi efectuada uma experiência com condutores entre os 40 e os 65 anos, em que se analisou: a direcção do olhar, as verbalizações e a sua opinião sobre os sistemas (através de um questionário).

Avaliação heurística

Método

1. Cada especialista utilizou cada um dos sistemas num test drive de 25 minutos, verbalizando ao mesmo tempo as suas impressões sobre os sistema. No final preencheram um questionário de avaliação da carga de trabalho (SEA e NASA TLX) e de avaliação dos sistemas.

2. Na manhã seguinte, realizaram-se entrevistas estruturadas com cada especialista (2,5h), onde se discutia a experiência da noite anterior e eram mostrados excertos de vídeos com situações críticas.


Resultados
Segundo os especialistas:
  • Os NVESs são uma proposta promissora para assistir o condutor à noite;
  • Os NVESs fazem com que o utilizador se sinta mais seguro;
  • Recomendam-se desenvolvimentos ao nível da posição dos elementos, do tamanho e do contraste e na redução de falsos alertas em todos os sistemas;
  • Os dispositivos de vídeo distraem os condutores;
  • Os dispositivos de infra-vermelho longínquo podem induzir em erro quando há outros elementos com temperaturas elevadas nas estradas (por exemplo, no Japão, há máquinas de bebidas que podem ser confundidas com os peões);
  • A aceitação destes sistemas não é concebível no presente (2007);
  • O reconhecimento abstracto de peões (PR LED) é menos atractivo no presente mas parece ser o melhor ao nível de usabilidade, ao não interferir negativamente com a tarefa de condução e ao ser intuito, rápido e fácil de aprender;
Estudo experimental
Método
15 condutores experimentaram 3 sistemas em 2 carros e a sua tarefa consistia em detectar peões, ciclistas e animais.

Resultados
  • A percentagem de reconhecimento foi relativamente igual em cada um dos sistemas (46,6% a 57,7%) ou sem sistema (58,2%) - situação de controlo;
  • O tempo de reconhecimento (medido a partir do momento em que o primeiro pixel de um peão aparecia até à detecção do peão) foi significativamente menor usando o reconhecimento abstracto de peões - PR - LED (4,4 segundos) ou o infra-vermelho próximo (6,7 segundos) comparativamente com a situação de controlo (9,3 segundos);
  • O tempo de fixação dos sistemas de vídeo (21% a 38%) foi significativamente maior que o tempo de fixação do PR - LED (6%). Por outras palavras, os tempos de fixação e a distracção visual não são críticos quando se usa o PR - LED.
Conclusões
  • O reconhecimento abstracto de peões (PR-LED) é o sistema de visão nocturna mais promissor.
  • Existe um número elevado de falsos alarmes que é crítico para a aceitação de qualquer um dos sistemas.
  • Os sistemas de vídeo implicam uma monitorização constante e podem distrair o condutor, influenciando negativamente a segurança rodoviária.
  • Os sistemas de melhoramento da visão nocturna ainda são protótipos e são necessários mais desenvolvimentos.
Fonte: Mahlke, S., Rösler, D., Seifert, K., Krems, J. F. & Thüring, M. (2007). Evaluation of six night vision enhancement systems: Qualitative and quantitative support for intelligent image processing systems. Human Factors, 518-531.

A título de exemplo deixo um filme da Mercedes-Benz que mostra o seu sistema de infra-vermelho.

Acessibilidade às praias

Gostava de alertar os meus leitores, principalmente aqueles que têm algum tipo de deficiência ou incapacidade, que outro bloguista e arquitecto, interessado pelo tema da acessibilidade, está a realizar um inquérito sobre acessibilidade às praias.

Os resultados do inquérito serão apresentados a 2 de Março aos responsáveis do projecto “Praias Acessíveis, Praias para Todos”, uma iniciativa do Estado que tem vindo a promover a acessibilidade em praias de todo o País.

Em 5-10 minutos o questionário está preenchido. Se preencherem os requisitos acedam a: http://spreadsheets.google.com/viewform?formkey=dFhPakl1ZUNWeUJJbFZrT3RDUjl3ekE6MA

Não deixem de consultar o site do Pedro Homem de Gouveia, em http://acessibilidade-portugal.blogspot.com/, com dicas úteis e referências a legislação relacionada com acessibilidade.

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Movimentação de pacientes

No mês passado tive oportunidade de dar uma formação em que se aplicavam os conhecimentos de ergonomia ao contexto de apoio domiciliário.
Enquanto pesquisava encontrei dois artigos referentes à movimentação de pacientes.

O primeiro tinha como objectivo comparar as forças de compressão na coluna lombar, em várias movimentações, antes e depois da formação.
Antes da formação o panorama era o seguinte:
- As tarefas de reposicionamento na cadeira e de mudança da posição de sentado para de pé envolviam forças de compressão superiores a 3400N, o limite da NIOSH (círculos a vermelho);
- As tarefas de aproximação e de afastamento do paciente enquanto deitado relacionavam-se com menores forças de compressão (círculos tracejados a verde).
Tal como seria expectável, as tarefas com maior risco implicavam movimentos de levantamento, por oposição às relacionadas com puxar/empurrar.
Após a formação, as forças de compressão diminuíram na maioria das situações de movimentação, não existindo nenhum caso com forças de compressão superiores a 3400N.
Fonte: B. Schibye et al. / Applied Ergonomics 34 (2003) 115–123

O segundo artigo além de apresentar fluxogramas de decisão, envolvia a avaliação do risco de lesão (usando o método REBA - Rapid Entire Body Assessment), para transferências efectuadas de diferentes maneiras.
Verificou-se que, dada a amostra, as movimentações de sentado para de pé com o auxílio de um cinto estavam associadas a menores scores de risco (3,4) comparativamente com as movimentações manuais (7,4), embora a movimentação com cinto demorasse 1,3 minutos - menos 0,3 minutos que manualmente.
Os resultados da avaliação do reposicionamento sentado com: cinto, elevador, lençol e manualmente estão expostos na tabela abaixo:
Mais uma vez, o cinto revelou-se a ajuda técnica associada a menor risco de lesão e neste caso entre as mais céleres.
Fonte: S. Hignett, E. Crumpton / Applied Ergonomics 38 (2007) 7–17

domingo, novembro 29, 2009

Ergonomics - real design

No museu do Design em Londres está patente uma exposição intitulada "Ergonomics - Real Design" até dia 7 de Março de 2010.

A exposição está dividida por domínios de aplicação: casa, trabalho, transportes, medicina. São apresentados produtos de uso diário, como telemóveis e telecomandos, e sistemas complexos, como caminhos de ferro e salas de controlo.

Para mais informações vejam o site: http://designmuseum.org/exhibitions/2009/2009-ergonomics-real-design

Uma pseudo-nova abordagem ao design centrado no utilizador para conceber ajudas técnicas

Outro dos estudos que encontrei refere-se a uma "nova" metodologia para conceber ajudas técnicas, isto é, equipamentos que ajudam as pessoas com deficiência a ultrapassar as suas limitações, o que se chama em inglês assistive devices.

Nas minha modesta interpretação, os autores utilizaram os métodos de: Usability Context Analysis (UCA) e análise de pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças (análise SWOT e TOWS) e aplicaram-nos ao contexto das ajudas técnicas. Apesar de não ser algo completamente novo, teve um resultado que considero interessante para o exemplo
que decidiram testar - a concepção de uma ajuda técnica de lavagem da cabeça para pessoas com mobilidade reduzida no ombro.

1. A UCA começou com uma análise do utilizador, da tarefa e do envolvimento, através de observação sistemática, hierarchical task analysis, user mapping e brainstorming.
2. Seguiu-se a especificação dos requisitos do utilizador e organizacionais, através do tratamento dos dados da fase anterior, da análise dos atributos do produto e da análise SWOT.
3. Em 3º lugar, produziram-se conceitos de design através da análise TOWS, seleccionaram-se os melhores conceitos e desenharam-se protótipos.
4. Por fim, avaliaram-se os protótipos com os utilizadores, o que levou à sua redefinição.

Usability Context Analysis
A UCA permitiu determinar a divisão da cabeça em 6 áreas, em 6 passos e em 4 movimentos principais.

Análise SWOT
No contexto das ajudas técnicas:
  • os pontos fortes são as capacidades do utilizador (exemplo: força muscular do membro superior oposto),
  • os pontos fracos são as suas limitações (exemplo: abdução do braço acima de xº),
  • as oportunidades constituem as vantagens que os utilizadores podem retirar do equipamento (por exemplo, fazer a tarefa de uma só vez),
  • as ameaças são as desvantagens da sua utilização (por exemplo, dor).
Análise TOWS
Foram listadas as operações, os movimentos e os conceitos básicos, o que deu origem a formas de operar o equipamento.
A partir daí, efectuou-se a análise TOWS, ou seja, construíram-se matrizes de Oportunidades/Pontos fortes, Pontos fortes/Ameaças, Pontos fracos/Oportunidades e Pontos fracos/ameaças. Ver imagem abaixo.

Os 39 conceitos gerados pela matriz foram avaliados por critérios de fun
cionalidade e de segurança. Os conceitos que tiveram uma maior pontuação foram combinações de pontos fortes e ameaças:
- Movimento efectuado por ambos os lados, puxar e empurrar conduzido pelo lado sem limitações,
- Movimento efectuado por ambos os lados, puxar e empurrar conduzido pelo lower shoulder,

Seguiu-se a escolha dos protótipos a serem avaliados pelos utilizadores, tendo sido escolhidos modelos ajustáveis com 40cm e 35 cm.

Avaliação dos protótipos
No estudo de caso, o produto ajuda o utilizador com mobilidade reduzida num dos membros superiores a efectuar movimentos usando posturas seguras e finalizando as tarefas de forma independente. É também suposto que o novo modelo induza o membro com deficiência ao movimento. Assim, o plano de avaliação incluiu as posturas do tronco, da cabeça e do ombro, bem como o grau de dor sentido em cada passo da lavagem da cabeça.
Foi pedido ao participante para lavar a cabeça três vezes: sem a ajuda técnica, usando a actual ajuda técnica e usando a ajuda técnica desenvolvida no estudo.

Conclusão
Verificou-se que o uso da ajuda técnica era mais eficaz que a sua ausência, uma vez que contribuía para a reabilitação do membro superior, encorajava o movimento e facilitava a tarefa.

Fonte: Fong-Gong Wu, Min-Yuan Ma and Ro-Han Chang - A new user-centered design approach: A hair washing assistive device design for users with shoulder mobility restriction, in Applied Ergonomics, vol 40 (5), 878-886.

Robots para quem? Robots para quê?

Como já não escrevo há algum tempo decidi fazer uma pesquisa no mundo ergonómico para saber o que novidades andam por aí. A primeira que encontrei relaciona-se com a aceitação dos robots.
Cada vez mais empresas concebem robots para casa, mas existe pouco conhecimento acerca dos tipos e das características das tarefas que os jovens adultos ou seniores gostariam que fossem feitas por robots. Nesse sentido, os investigadores da Georgia Tech decidiram aprofundar o tema. Apresentaram 15 tarefas de robots, que requeriam diferentes níveis de interacção com o dono e diferentes níveis de dificuldade, e pediram aos participantes para quantificar a sua vontade/motivação para que os robots fizessem as ditas tarefas. As respostas de 117 seniores (entre 65 e 86 anos) e de 60 jovens adultos (dos 18 aos 25 anos) foram analisadas.

Os resultados mostram que ambos os grupos preferem que os robots realizem tarefas pouco frequentes, no entanto importantes, mas que requerem pouca interacção com o homem em comparação com tarefas do estilo de "serviço", que necessitam de uma maior interacção. Os participantes tinham menor grau de vontade/motivação para ter um robot que realizasse tarefas não-críticas que requeressem interacção entre robot e humano.
Os seniores revelaram maior vontade de ter um robot em casa para executar as tarefas críticas, do que os jovens adultos. Os resultados sugerem que ambos os grupos estão mais interessados nos benefícios que um robot pode trazer do que nas suas capacidades interactivas.

sábado, outubro 17, 2009

Outubro - Mês da Ergonomia

Desde 2003 que Human Factors and Ergonomics Society (HFES) decidiu que Outubro seria o mês da Ergonomia.
Assim sendo, várias instituições (nacionais, europeias e internacionais) organizam eventos durante todo o mês para promover esta área do conhecimento.
  • Em Portugal, a APERGO irá realizar um seminário com a SECIL e uma ronda de ergonomia com a AXA Seguros. Além disso, apoia a MBT no lançamento de um site relacionado com o trabalho com ecrãs de visualização. Para mais informações consultem: www.apergo.pt.
  • Na Europa, a FEES apoia as iniciativas de associações nacionais na Bélgica, na Finlândia e em Itália, dias 20, 27 e 30 de Outubro respectivamente. Os temas vão desde a área informática até à avaliação da usabilidade de dispositos médicos. http://www.fees-network.org/activities/2009/european-month-of-ergonomics.html
  • Nos EUA ainda vão decorrer alguns eventos, que contam com o apoio da HFES. A título de exemplo, na universidade de Illinois, decorre a "Bad design on campus competition" em que os concorrentes devem criar um vídeo ou um poster com exemplos de mau design, uma explicação e uma solução. Noutra universidade, em Purdue, decorre uma competição de web-design em que os critérios de avaliação são: a funcionalidade, a usabilidade, a estética e a criatividade. http://hfesnem.org/upcoming.html.

sexta-feira, outubro 16, 2009

Design de intervenção para a saúde, bem-estar e qualidade de vida

O CeFIPsi - Centro de Formação e Investigação em Psicologia - está a organizar mais um rol de workshops de Outono. Um deles é particularmente interessante para a área de ergonomia: Design de intervenção para a saúde, bem-estar e qualidade de vida.
O workshop tem as seguintes palavras-chave: determinantes da saúde, bem-estar e qualidade de vida em meio urbano, espaço pessoal, crowding, stresse ambiental, aspectos psicológicos do design em espaços públicos, intervenções em ambientes institucionais.
O orientador é o Dr. Rui Carvalho (consultor ambiental e investigador, doutorando em Psicologia Social - aplicada ao Ambiente e Consumo).
O workshop irá decorrer sábado dia 24 de Outubro, das 10h às 17h e tem o custo de 35euros (até 5 dias de antecedência).

sábado, maio 09, 2009

Novas maneiras de ver o mundo

Já há algum tempo tive possibilidade de ouvir uma apresentação de Hans Rosling no Ted Talks sobre os mitos acerca dos países em vias de desenvolvimento: http://www.ted.com/index.php/talks/hans_rosling_shows_the_best_stats_you_ve_ever_seen.html. Na altura o que me chamou a atenção foi o conteúdo da apresentação, muito mais do que o formato.
Hoje passei por um blog de ergonomistas ingleses e comecei a ver a apresentação de modo diferente. A ferramenta informática que suporta a apresentação chama-se Gapminder e através do uso de diferentes cores e dimensões, formas, linhas consegue expor dados estatísticos sobre todo o mundo. No entanto, o mais interessante é conseguir ver a evolução dos dados ao longo dos anos. Este tipo de abordagem facilita a compreensão do mundo. É mais um passo dado no campo da interacção homem-computador-sociedade e na usabilidade.
A um nível menos interactivo mas igualmente esclarecedor aconselho o Maps of War, em que através de manchas coloridas conseguimos ver, por exemplo, a evolução dos regimes políticos no mundo: http://www.mapsofwar.com/.
Sei ainda de um artista que recolhe palavras escritas em blogs relacionadas com sentimentos e as apresenta de forma original consoante a sua proporção em cada dia, país, hora mas não me consigo recordar do nome dele agora. Alguém se lembra?
Já me lembrei com a ajuda do Rui Aurélio: http://www.wefeelfine.org/wefeelfine_pc.html

sábado, abril 25, 2009

Ergonomics in design

O 2º Seminário Internacional Ergonomics in Design terá lugar no próximo dia 18 de Maio, pelas 9h00, na Faculdade de Motricidade Humana.

domingo, fevereiro 22, 2009

Análise da actividade 2

Na semana passada foi-nos apresentado um quadro de análise da actividade diferente do habitual. Teve por base a obra de Leont'ev - Actividade, Consciência e Personalidade (1978), que podem consultar em: http://www.marxists.org/archive/leontev/works/1978/index.htm

O esquema dos níveis de actividade mostrado é o seguinte:

O post continua para a semana...

Obesidade e ergonomia

A obesidade é um dos principais problemas de saúde pública do mundo ocidental. Vários autores têm estudado os efeitos da obesidade na saúde do ponto de vista médico. No entanto, o ponto de vista da ergonomia tem sido abordado por poucos autores.

Obesidade no trabalho
A deposição de grandes quantidades de massa gorda altera a relação espacial do trabalhador com o posto de trabalho, a usabilidade dos equipamentos e a interacção com EPIs (devido à massa gorda no abdómen e na cara). O aumento do IMC pode levar as cadeiras de escritório a suportar maiores pesos. A manipulação de cargas pelos trabalhadores obesos pode afectar significativamente a capacidade de aproximar a carga do corpo. Por fim, a obesidade está associada com o desenvolvimento da apneia do sono, o que aumenta o risco de acidentes de trabalho e de acidentes rodoviários.

Estado da arte
Até agora que temáticas têm sido estudadas?

1. O efeito da gordura abdominal no desempenho de pessoas que usam lombostatos;
2. O efeito do IMC (índice de massa corporal) na absorção de vibração vertical enquanto sentado;
3. Um IMC elevado como factor de risco para o síndrome do canal cárpico em trabalhadores de linhas de montagem de automóveis;
4. A obesidade como uma variável no perfil da lesão de médicos sonógrafos;
5. O IMC e a mortalidade entre os não fumadores;
6. O IMC como explicador das diferenças nas medidas de electromiografia da exposição física em pessoas da limpeza;
7. O impacto do IMC na altura preferencial para os suportes lombares;
8. A predição quantitativa do diâmetro corporal em indivíduos com obesidade severa;
9. A relação entre IMC e o risco de lesão/morte em acidentes rodoviários.

Portanto, ainda há muito para estudar nesta área. No próximo post falarei da relação entre obesidade e peso máximo
aceitável.

Fonte: Williams, N; Forde, M (2009). Ergonomics and obesity. Applied Ergonomics 40, pp148–149

domingo, fevereiro 01, 2009

Análise da actividade

Nos dias 13 e 14 de Fevereiro vai ter lugar em Lisboa, no ISEC, um seminário sobre análise da actividade. Vai contar com a presença do professor Fraçois Daniellou e de Lena Noorus.
A inscrição no evento custa 100euros para sócios da APERGO mas há modalidades mais baratas para empresas.
Em breve colocarei mais informações.

SHO 2009

Nesta 6ª feira vou ter oportunidade de apresentar o meu trabalho de estágio no colóquio Segurança e Higiene Ocupacionais 2009, em Guimarães. Apareçam.

domingo, dezembro 21, 2008

Rótulos em produtos de limpeza

As empresas que prestam serviços na área da limpeza compram grandes quantidades de detergentes e vertem o conteúdo para recipientes mais pequenos. Ao fazê-lo, os trabalhadores não transcrevem as informações sobre as substâncias químicas daquele produto, a sua inflamabilidade entre outras características.
O problema está na falta de cuidado das senhoras ou senhores da limpeza que não transcrevem todas as informações para um novo rótulo ou na necessidade de alguém pensar em como gerir melhor estas situações? Penso que a segunda hipótese terá resultados mais eficazes.
A minha ideia é esta: as empresas que vendem grandes quantidades de produtos de limpeza poderiam passar a fornecer uma saqueta com etiquetas onde se repetisse a informação sobre o produto. De cada vez que se transferisse o detergente, o operador só teria de colar um autocolante no novo frasco.

Ergonomia é postura?

Tenho-me deparado nos últimos tempos com algumas confusões sobre aquilo que é a ergonomia.
Em formação, quando os formandos ouvem falar de ergonomia levantam a cabeça e colocam a coluna na vertical como se o ergonomista fosse um polícia da postura que diz às pessoas como se devem sentar.
Tenho reflectido sobre o assunto para tentar perceber o porquê desta atitude. Ergonomia é uma ciência muito mais abrangente e que, ainda por cima, se centra sobretudo na mudança do envolvimento de trabalho, dos equipamentos e afins e não no operador.
Encontrei uma resposta, embora não saiba se é a correcta ou a única.
No campo da saúde, higiene e segurança do trabalho existe uma classe de riscos designada por "riscos ergonómicos". Nessa classe encontram-se as posturas penosas e o sobreesforço que podem levar às famosas lesões músculo-esqueléticas. Na minha opinião, este conceito deturpa completamente o sentido da ergonomia.
Se ergonomia estuda todos os aspectos da interacção do trabalhador com o sistema de trabalho, todos os riscos profissionais seriam ergonómicos. Se a ergonomia tenta resolver os problemas como poderá ser considerada um tipo de risco?
Já ouvi sugestões para os designarmos de "riscos ligados à interacção", ou "riscos relacionados com actividade", entendendo actividade como aquilo que o operador realmente faz. Seria um avanço para a clarificação do que é a ergonomia mas, nesse caso, os riscos químicos e outros também podiam ser considerados de interacção.
Deixem as vossas opiniões para que este tipo de confusões aconteçam cada vez menos.
Gostava ainda de clarificar que a ergonomia não actua exclusivamente na perspectiva da produção mas também na perspectiva do produto.
Um ergonomista preocupa-se com as questões da interacção não só ao nível do trabalho, mas também ao nível do lazer.

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