Jantar do caloiro - alterações

Convidam-se todos os estudantes, professores e amigos da ergonomia a estarem presentes em mais um fabuloso jantar ergonómico.
Vai ter lugar dia 4 de Outubro, 5ª feira, às 20h30, no restaurante Pátio da Mariquinhas, em Alcântara. O ponto de encontro é na estação de comboios de Alcântara. O prato fica a 7euros com bebida por conta de cada um. Confirmem a vossa presença com a Carla do 2º ano.

Gerações da Ergonomia e Factores Humanos

Deparei-me recentemente com um artigo sobre o passado, presente e futuro da ergonomia que vale a pena ler: Boff, K., Revolutions and shifting paradigms in human factor & ergonomics, Appl. Ergon. (2006). Simplificando as ideias do autor existem 4 gerações de ergonomia e factores humanos:

A- Construir melhores ambientes de trabalho

Geração 1 - Adaptação física: adaptação do equipamento, locais de trabalho e tarefas às capacidades e limitações humanas.

Geração 2 - Adaptação cognitiva: integrar harmoniosamente humanos, tecnologia e trabalho tendo em vista a eficiência do sistema.

B - Fazer com que o Homem consiga trabalhar melhor

Geração 3 - Adaptação neurológica: centrada nas tecnologias simbióticas que podem ampliar as capacidades humanas (físicas e cognitivas), conciliando o que as máquinas e os humanos conseguem fazer melhor. Noutras palavras, introduzir sensores bio-eléctricos de controlo neuro-muscular tanto exteriores ao organismo como implantados ("trabalhadores cyborgs").

Geração 4 - Adaptação biológica: melhoria das capacidades físicas e cognitivas a nível biológico. Centra-se nas aplicações da farmacologia, biotecnologia e genética que tentam parar, reverter ou modificar os efeitos das doenças e do envelhecimento.


Vantagens e desvantagens

"Em Portugal, cerca de 40% da totalidade da população portuguesa sofre de problemas nas costas." Imaginem que investigadores descobrem um produto/material que ao ser colocado na coluna vertebral elimina este problema?

Nos USA gastam-se 18 biliões de dólares/ano em produtividade industrial devido a sonolência no trabalho.(...) Na estrada perdem-se 12 biliões de dólares por ano. (Caldwell, 2002 cit Boff, 2006). Imaginem que tomando um comprimido ou mudando um gene este cenário muda?

Porém não sabemos se estas alterações podem ter efeitos nefastos na saúde das pessoas. Além disso existem considerações éticas a ter em mente.

Fiquem atentos ao futuro da Ergonomia.

Mais Carga Não! - Conferência

Vai decorrer em Sintra a Conferência Internacional sobre Lesões Músculo-esqueléticas nos dias 15 e 16 de Outubro.

O programa da conferência em Sintra está disponível em: http://www.igt.gov.pt/downloads/content/ProgramaLMERT.pdf
e a ficha de inscrição em: http://www.igt.gov.pt/downloads/content/FichaInscLMERT.doc

O programa geral das actividades da campanha europeia pode ser consultado em: http://pt.osha.europa.eu/news/calendarioactse2007

Mais Carga Não! - Workshop I

Dia 31 de Outubro, 4ª feira, vai realizar-se em Guimarães um workshop relacionado com lesões músculo esqueléticas.

Terá dois painéis:

• 15h15 - “Avaliação de Risco de LME – casos práticos" e
• 16h30 -"Metodologias de Avaliação de Risco e Meios de Formação e Sensibilização"

Para mais informações e inscrição (grátis) consultem: http://www.cm-guimaraes.pt/

Deixo-vos uma foto de Guimarães para aguçar o apetite.

Eco-efectivo

A minha obssessão ecológica é bem conhecidas pelos meus amigos visto até já ter posto em perigo a sua integridade física. Esta neura estende-se à leitura sobre o tema...

Aconselho-vos o livro Cradle to Cradle de W. McDonough & M. Braungart. Os autores do livro são arquitecto e químico que desde cedo se preocupam com questões ambientais. Porém, apesar darem importância à minimização da pegada ecológica a nível individual colocam a ênfase nos processos de design. Os governos estão preocupados em tornar os processos menos nocivas, menos poluição e mais reciclagem por exemplo. Mas será esse o caminho? Não será mais efectivo conceber os produtos e os sistemas pensando em todo o ciclo de vida do produto fazendo-o entrar de novo no ciclo sem perder o seu valor? É essa a proposta dos autores que vão dando vários exemplos que mostram como isso é possível.

Um dos exemplos de design eco-efectivo que considerei pertinente é o da empresa de Herman Miller, um fabricante de mobiliário de escritório. A maior parte das fábricas que conhecemos têm pouca ou nenhuma luz natural e encontram-se em locais rodeados por asfalto.


Neste caso, a empresa solicitou a ajuda de McDonough e construiram um edifício rodeado por espécies indígenas, em que os terrenos drenam a água das chuvas e dos desperdícios evitando as cheias. O edifício tem janelas a toda a volta que permitem aos operadores verem o dia e as estações do ano.

Conclusão: as taxas de retenção de pessoal foram impressionantes porque as condições de trabalho eram muito melhores do que as da concorrência.


Com este post gostava de chamar a atenção de como aspectos ligados à ecologia e ao desenvolvimento sustentável estão interligados com a ergonomia, principalmente com a saúde dos trabalhadores.

O exemplo dado refere-se a um edifício mas alterações nos produtos têm igual ou maior impacto. Imaginemos que o processo de pintura dos microondas é alterado deixando de ser utilizados químicos nocivos. O consumidor final sairá beneficiado, será possível reciclar o produto e talvez o operador deixe de necessitar de usar equipamento de protecção individual.

Sites de interesse:

http://www.usgbc.org/ - Green Building Council
http://www.hermanmiller.com/CDA/SSA/Category/0,1564,a10-c698,00.html - Secção de Ergonomia da empresa Herman Miller. Têm parcerias com institutos de investigação.

http://www.mbdc.com/index.htm - Site dos autores de Cradle to Cradle