domingo, dezembro 21, 2008

Rótulos em produtos de limpeza

As empresas que prestam serviços na área da limpeza compram grandes quantidades de detergentes e vertem o conteúdo para recipientes mais pequenos. Ao fazê-lo, os trabalhadores não transcrevem as informações sobre as substâncias químicas daquele produto, a sua inflamabilidade entre outras características.
O problema está na falta de cuidado das senhoras ou senhores da limpeza que não transcrevem todas as informações para um novo rótulo ou na necessidade de alguém pensar em como gerir melhor estas situações? Penso que a segunda hipótese terá resultados mais eficazes.
A minha ideia é esta: as empresas que vendem grandes quantidades de produtos de limpeza poderiam passar a fornecer uma saqueta com etiquetas onde se repetisse a informação sobre o produto. De cada vez que se transferisse o detergente, o operador só teria de colar um autocolante no novo frasco.

Ergonomia é postura?

Tenho-me deparado nos últimos tempos com algumas confusões sobre aquilo que é a ergonomia.
Em formação, quando os formandos ouvem falar de ergonomia levantam a cabeça e colocam a coluna na vertical como se o ergonomista fosse um polícia da postura que diz às pessoas como se devem sentar.
Tenho reflectido sobre o assunto para tentar perceber o porquê desta atitude. Ergonomia é uma ciência muito mais abrangente e que, ainda por cima, se centra sobretudo na mudança do envolvimento de trabalho, dos equipamentos e afins e não no operador.
Encontrei uma resposta, embora não saiba se é a correcta ou a única.
No campo da saúde, higiene e segurança do trabalho existe uma classe de riscos designada por "riscos ergonómicos". Nessa classe encontram-se as posturas penosas e o sobreesforço que podem levar às famosas lesões músculo-esqueléticas. Na minha opinião, este conceito deturpa completamente o sentido da ergonomia.
Se ergonomia estuda todos os aspectos da interacção do trabalhador com o sistema de trabalho, todos os riscos profissionais seriam ergonómicos. Se a ergonomia tenta resolver os problemas como poderá ser considerada um tipo de risco?
Já ouvi sugestões para os designarmos de "riscos ligados à interacção", ou "riscos relacionados com actividade", entendendo actividade como aquilo que o operador realmente faz. Seria um avanço para a clarificação do que é a ergonomia mas, nesse caso, os riscos químicos e outros também podiam ser considerados de interacção.
Deixem as vossas opiniões para que este tipo de confusões aconteçam cada vez menos.
Gostava ainda de clarificar que a ergonomia não actua exclusivamente na perspectiva da produção mas também na perspectiva do produto.
Um ergonomista preocupa-se com as questões da interacção não só ao nível do trabalho, mas também ao nível do lazer.

Estatísticas para pensar - tecnologia e trabalho

Na América foi feito um inquérito sobre tecnologia de onde destaco os seguintes resultados:
  • 46% dos entrevistados disseram que o email, a internet ou os telemóveis tornam exigível que trabalhem mais horas.
  • Quase metade (49%) dizem que as tecnologias dificultam o distanciamento do trabalho, mesmo quando já acabaram o dia ou a semana.
Que implicações terão estas mudanças tecnológicas na saúde dos trabalhadores?

NOTA: A sondagem foi feita a 2 134 americanos adultos pela Pew Internet and American Life Project. Fonte: Jornal Metro, 2008.

Decifrar as cores

Hoje vi nas notícias da RTP uma reportagem sobre um exemplo daquilo a que chamamos design inclusivo.
Estima-se que cerca de 10% da população mundial sofra de daltonismo, ou seja, tem incapacidade de distinguir algumas cores.
Isso representa problemas quando estas pessoas vão às compras, nomeadamente para saberem de que cor é a peça de roupa que vão comprar. Normalmente têm de pedir ajuda a terceiros.
Para superar esta e outras situações, o designer Miguel Neiva concebeu um código gráfico monocromático em que cada cor primária (vermelho, amarelo, azul) tem um símbolo (respectivamente, triângulo, barra diagonal, triângulo invertido).
Este código é fácil de apreender, tem custos de aplicação reduzidos, e pode ser adaptado a vários cenários: desde etiquetas de roupa a transportes públicos. A partir do jogo dos três símbolos é possível identificar cores, tons, brilhos e misturas.
Esperemos que estes códigos sejam aplicados.
Não se esqueçam das cartas do UNO porque é fácil enganar um daltónico. ;)

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