terça-feira, novembro 20, 2007

Ergonomia - banda larga real ou fictícia?

No meu estágio continuo a conduzir entrevistas a ergonomistas que estão no terreno. Uma das perguntas que costumo colocar é:
"De que sente falta para melhorar a qualidade da sua intervenção?"
As respostas vão desde o tempo disponível a pormenores relativos às ferramentas e métodos de trabalho.
Porém, ontém tive o prazer de entrevistar uma ergonomista externa que verbalizou a sensação de ter uma intervenção limitada a certos aspectos. Por exemplo, alturas, alcances, pesos a transportar, tempo de exposição.
Apesar de não ter sido verbalizado tão directamente por outros ergonomistas percebe-se que são este tipo de questões que outros profissionais querem ver esclarecidas.
É notória uma necessidade de formação assuntos ligados à engenharia ou à química para poderem ter um campo de acção mais abrangente.
A intervenção ao nível da organização do trabalho também se encontra limitada por entrar indirectamente na área de recursos humanos.
Nalgumas empresas o ergonomista cinge-se mais às doenças profissionais deixando a higiene e segurança para os técnicos.
Façam um exercício comigo. As medidas de intervenção ergonómica podem dividir-se em quatro grupos:
  1. Medidas de engenharia
  2. Medidas organizacionais
  3. Medidas de formação e informação
  4. Medidas de protecção colectiva e individual

Se apenas aplicamos medidas de engenharia muito ténues, se por vezes as medidas organizacionais estão fora do nosso alcance e se os técnicos de HST são responsáveis pela protecção colectiva e individual. Não estaremos a ter uma intervenção limitada?

Alguém tem outra visão sobre o assunto?
O que podemos fazer para superar esta restrição no campo de acção?

1 comentário:

Anónimo disse...

Boa reflexão Susana!

Pensa também nos factores humanos como medidas de limitação.
Se definimos os critérios funcionais do Homem nas determinadas situações, poderemos também ter necessidade de apelar à questão dos "pré-requisitos" ou "requisitos mínimos" para se poder realizar uma dada tarefa.

Talvez haja mais um grupo de profissionais, em algumas situações específicas, que não costumamos contemplar - os amigos fisioterapeutas ou outros do género bastante semelhantes.

Gostei da reflexão!

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