No mês passado tive oportunidade de dar uma formação em que se aplicavam os conhecimentos de ergonomia ao contexto de apoio domiciliário.
Enquanto pesquisava encontrei dois artigos referentes à movimentação de pacientes.
O primeiro tinha como objectivo comparar as forças de compressão na coluna lombar, em várias movimentações, antes e depois da formação.
Antes da formação o panorama era o seguinte:
- As tarefas de reposicionamento na cadeira e de mudança da posição de sentado para de pé envolviam forças de compressão superiores a 3400N, o limite da NIOSH (círculos a vermelho);
- As tarefas de aproximação e de afastamento do paciente enquanto deitado relacionavam-se com menores forças de compressão (círculos tracejados a verde).
Tal como seria expectável, as tarefas com maior risco implicavam movimentos de levantamento, por oposição às relacionadas com puxar/empurrar.
Após a formação, as forças de compressão diminuíram na maioria das situações de movimentação, não existindo nenhum caso com forças de compressão superiores a 3400N.
Fonte: B. Schibye et al. / Applied Ergonomics 34 (2003) 115–123
O segundo artigo além de apresentar fluxogramas de decisão, envolvia a avaliação do risco de lesão (usando o método REBA - Rapid Entire Body Assessment), para transferências efectuadas de diferentes maneiras.
Verificou-se que, dada a amostra, as movimentações de sentado para de pé com o auxílio de um cinto estavam associadas a menores scores de risco (3,4) comparativamente com as movimentações manuais (7,4), embora a movimentação com cinto demorasse 1,3 minutos - menos 0,3 minutos que manualmente.
Os resultados da avaliação do reposicionamento sentado com: cinto, elevador, lençol e manualmente estão expostos na tabela abaixo:
Fonte: S. Hignett, E. Crumpton / Applied Ergonomics 38 (2007) 7–17
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