No meu estágio continuo a conduzir entrevistas a ergonomistas que estão no terreno. Uma das perguntas que costumo colocar é:
"De que sente falta para melhorar a qualidade da sua intervenção?"
As respostas vão desde o tempo disponível a pormenores relativos às ferramentas e métodos de trabalho.
Porém, ontém tive o prazer de entrevistar uma ergonomista externa que verbalizou a sensação de ter uma intervenção limitada a certos aspectos. Por exemplo, alturas, alcances, pesos a transportar, tempo de exposição.
Apesar de não ter sido verbalizado tão directamente por outros ergonomistas percebe-se que são este tipo de questões que outros profissionais querem ver esclarecidas.
É notória uma necessidade de formação assuntos ligados à engenharia ou à química para poderem ter um campo de acção mais abrangente.
A intervenção ao nível da organização do trabalho também se encontra limitada por entrar indirectamente na área de recursos humanos.
Nalgumas empresas o ergonomista cinge-se mais às doenças profissionais deixando a higiene e segurança para os técnicos.
Façam um exercício comigo. As medidas de intervenção ergonómica podem dividir-se em quatro grupos:
- Medidas de engenharia
- Medidas organizacionais
- Medidas de formação e informação
- Medidas de protecção colectiva e individual
Se apenas aplicamos medidas de engenharia muito ténues, se por vezes as medidas organizacionais estão fora do nosso alcance e se os técnicos de HST são responsáveis pela protecção colectiva e individual. Não estaremos a ter uma intervenção limitada?
Alguém tem outra visão sobre o assunto?
O que podemos fazer para superar esta restrição no campo de acção?