sábado, fevereiro 27, 2010

UX - LX - User experience Lisboa (12-14 Maio)

De 12 a 14 de Maio vão estar reunidos em Lisboa especialistas em Usabilidade para doze conferências e 16 workshops.





O programa está disponível em: http://www.ux-lx.com/programme.html
Os workshops estão em: http://www.ux-lx.com/workshops.html

Existem workshops a 3 níveis: beginners (para quem acabou de sair da faculdade ou vem de outras áreas), intermediate (para profissionais com alguma experiência em usabilidade) e advanced (para os gestores).

1. Beginners:
  • Information architecture
  • How to design usable and persuasive websites
  • Sketching: the secret sauce of design
2. Intermediate
  • Designing for content-rich sites
  • Designing with patterns
  • Designing mobile experience
  • copywriting for the web
  • Making smart design decisions
  • Label placement in forms
  • The experience of visualization
  • An introduction to remote usability reserach
3. Advanced
  • Product startegy and planning tools
  • Influencing strategy by design
  • Brainstorming and design principles
  • Asynchronous remote usability testing in detail
A data limite de inscrições para ter desconto é amanhã (28 de Fevereiro).
Para assistir só às conferências paga-se 250 euros e para ter acesso a mais dois workshops paga-se (595 euros).
Para quem estiver atento, há um desconto de 20% se se fizerem sócios da APPU - Associação Portuguesa de Profissionais de Usabilidade.

domingo, fevereiro 21, 2010

Night vision enhancement systems - NVES

No mês passado tive oportunidade de assistir às aulas de Josef Krems, um investigador ligado à rede Humanist, que falou acerca de funções mentais e actividade cognitiva, principalmente no âmbito da condução automóvel. Numa das aulas apresentou-nos uma investigação para a qual contribuiu.

O estudo consistia na avaliação qualitativa e quantitativa de seis sistemas de melhoramento da visão nocturna. Pretendia-se saber quais as propriedades dos sistemas (NVESs) que traziam benefícios para os condutores, sem aumentar a sua carga de trabalho.

Que características dos sistemas podem influenciar a visão nocturna?
- Tecnologia de sensores:
  • infra-vermelho próximo (que necessita de uma lâmpada) e
  • infra-vermelho longínquo (que detecta a radiação térmica);

- Processamento de imagem:
  • Exclusivamente vídeo,
  • Vídeo e reconhecimento de padrões,
  • Avisos baseados no reconhecimento de padrões.
- Localização do display:
  • Head up displays
  • Head down displays
Como foi conduzido o estudo?

Em primeiro lugar, foi feita uma avaliação heurística com especialistas em ergonomia, percepção e psicologia do trânsito.

Depois, foi efectuada uma experiência com condutores entre os 40 e os 65 anos, em que se analisou: a direcção do olhar, as verbalizações e a sua opinião sobre os sistemas (através de um questionário).

Avaliação heurística

Método

1. Cada especialista utilizou cada um dos sistemas num test drive de 25 minutos, verbalizando ao mesmo tempo as suas impressões sobre os sistema. No final preencheram um questionário de avaliação da carga de trabalho (SEA e NASA TLX) e de avaliação dos sistemas.

2. Na manhã seguinte, realizaram-se entrevistas estruturadas com cada especialista (2,5h), onde se discutia a experiência da noite anterior e eram mostrados excertos de vídeos com situações críticas.


Resultados
Segundo os especialistas:
  • Os NVESs são uma proposta promissora para assistir o condutor à noite;
  • Os NVESs fazem com que o utilizador se sinta mais seguro;
  • Recomendam-se desenvolvimentos ao nível da posição dos elementos, do tamanho e do contraste e na redução de falsos alertas em todos os sistemas;
  • Os dispositivos de vídeo distraem os condutores;
  • Os dispositivos de infra-vermelho longínquo podem induzir em erro quando há outros elementos com temperaturas elevadas nas estradas (por exemplo, no Japão, há máquinas de bebidas que podem ser confundidas com os peões);
  • A aceitação destes sistemas não é concebível no presente (2007);
  • O reconhecimento abstracto de peões (PR LED) é menos atractivo no presente mas parece ser o melhor ao nível de usabilidade, ao não interferir negativamente com a tarefa de condução e ao ser intuito, rápido e fácil de aprender;
Estudo experimental
Método
15 condutores experimentaram 3 sistemas em 2 carros e a sua tarefa consistia em detectar peões, ciclistas e animais.

Resultados
  • A percentagem de reconhecimento foi relativamente igual em cada um dos sistemas (46,6% a 57,7%) ou sem sistema (58,2%) - situação de controlo;
  • O tempo de reconhecimento (medido a partir do momento em que o primeiro pixel de um peão aparecia até à detecção do peão) foi significativamente menor usando o reconhecimento abstracto de peões - PR - LED (4,4 segundos) ou o infra-vermelho próximo (6,7 segundos) comparativamente com a situação de controlo (9,3 segundos);
  • O tempo de fixação dos sistemas de vídeo (21% a 38%) foi significativamente maior que o tempo de fixação do PR - LED (6%). Por outras palavras, os tempos de fixação e a distracção visual não são críticos quando se usa o PR - LED.
Conclusões
  • O reconhecimento abstracto de peões (PR-LED) é o sistema de visão nocturna mais promissor.
  • Existe um número elevado de falsos alarmes que é crítico para a aceitação de qualquer um dos sistemas.
  • Os sistemas de vídeo implicam uma monitorização constante e podem distrair o condutor, influenciando negativamente a segurança rodoviária.
  • Os sistemas de melhoramento da visão nocturna ainda são protótipos e são necessários mais desenvolvimentos.
Fonte: Mahlke, S., Rösler, D., Seifert, K., Krems, J. F. & Thüring, M. (2007). Evaluation of six night vision enhancement systems: Qualitative and quantitative support for intelligent image processing systems. Human Factors, 518-531.

A título de exemplo deixo um filme da Mercedes-Benz que mostra o seu sistema de infra-vermelho.

Acessibilidade às praias

Gostava de alertar os meus leitores, principalmente aqueles que têm algum tipo de deficiência ou incapacidade, que outro bloguista e arquitecto, interessado pelo tema da acessibilidade, está a realizar um inquérito sobre acessibilidade às praias.

Os resultados do inquérito serão apresentados a 2 de Março aos responsáveis do projecto “Praias Acessíveis, Praias para Todos”, uma iniciativa do Estado que tem vindo a promover a acessibilidade em praias de todo o País.

Em 5-10 minutos o questionário está preenchido. Se preencherem os requisitos acedam a: http://spreadsheets.google.com/viewform?formkey=dFhPakl1ZUNWeUJJbFZrT3RDUjl3ekE6MA

Não deixem de consultar o site do Pedro Homem de Gouveia, em http://acessibilidade-portugal.blogspot.com/, com dicas úteis e referências a legislação relacionada com acessibilidade.

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Movimentação de pacientes

No mês passado tive oportunidade de dar uma formação em que se aplicavam os conhecimentos de ergonomia ao contexto de apoio domiciliário.
Enquanto pesquisava encontrei dois artigos referentes à movimentação de pacientes.

O primeiro tinha como objectivo comparar as forças de compressão na coluna lombar, em várias movimentações, antes e depois da formação.
Antes da formação o panorama era o seguinte:
- As tarefas de reposicionamento na cadeira e de mudança da posição de sentado para de pé envolviam forças de compressão superiores a 3400N, o limite da NIOSH (círculos a vermelho);
- As tarefas de aproximação e de afastamento do paciente enquanto deitado relacionavam-se com menores forças de compressão (círculos tracejados a verde).
Tal como seria expectável, as tarefas com maior risco implicavam movimentos de levantamento, por oposição às relacionadas com puxar/empurrar.
Após a formação, as forças de compressão diminuíram na maioria das situações de movimentação, não existindo nenhum caso com forças de compressão superiores a 3400N.
Fonte: B. Schibye et al. / Applied Ergonomics 34 (2003) 115–123

O segundo artigo além de apresentar fluxogramas de decisão, envolvia a avaliação do risco de lesão (usando o método REBA - Rapid Entire Body Assessment), para transferências efectuadas de diferentes maneiras.
Verificou-se que, dada a amostra, as movimentações de sentado para de pé com o auxílio de um cinto estavam associadas a menores scores de risco (3,4) comparativamente com as movimentações manuais (7,4), embora a movimentação com cinto demorasse 1,3 minutos - menos 0,3 minutos que manualmente.
Os resultados da avaliação do reposicionamento sentado com: cinto, elevador, lençol e manualmente estão expostos na tabela abaixo:
Mais uma vez, o cinto revelou-se a ajuda técnica associada a menor risco de lesão e neste caso entre as mais céleres.
Fonte: S. Hignett, E. Crumpton / Applied Ergonomics 38 (2007) 7–17

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